Quatro pontos orientam
a direção do homem no mundo.
Quatro outras direções
figuram na geografia mas não existem no mapa.
Os caminhos divergem para o desconhecido.
Os pontos que não existem indicam espaços mais precisos.
O território sem bandeira reúne almas famintas.
Os cacos dispersos denunciam a presença do monstro.
O rastro sem vestígio apenas revela a presença do absurdo.
Neste instante,
a precariedade do espaço entoa um cântico trágico.
As luzes já não brilham com tanta intensidade.
E o que vemos,
não passam de sombras sobre sombras.
cortaruas, Desterro, 27 de maio de 2002.
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