domingo, 3 de abril de 2011

E quando tudo parecia certo… (Para ler ouvindo Gymnopédie n.1 de Erik Satie)

E quando tudo parecia certo,...
o sol da manhã irradiando luz e calor,
os enamorados se beijando loucamente apaixonados
naquela linda ponte de ferro feita no velho continente...
pássaros verdes e lilás cruzando o céu torpemente azul em busca de uma nova morada...
a violinista,
aquela jovem violinista de olhos amendoados,
expandia no espaço notas de Satie,
e, realmente, tudo parecia certo,
a manhã, o sol, a ponte, os enamorados se beijando,...
os pássaros,...
a gimnopédie n.1 interpretada pela violinista,
a doce e solitária violinista,...
...até que um louco,
um perdido,
um ente desvairado desprovido de sentido,
cruzou velozmente a ponte,
pelo seu olhar,
fugindo de si mesmo,
nessa fuga alucinada aquele pobre ente já descarnado pelo abandono,
sem nenhuma intenção,
esbarrou cegamente na delicada violinista,
ambos caíram,
o desvairado levantou-se e partiu rapidamente,...
...já a violinista de olhos amendoados,
ficou ali deitada tentando compreender
porque sua interpretação de Satie não foi suficientemente forte
e capaz de fazer aquele pobre demente encontrar dentro de si,
enquanto corria loucamente,
um pouco de paz, um pouco de sentido, um pouco de amor,...

cortaruas

Um comentário:

Unknown disse...

Que lindo, Lu! quantos encontros... sim, a vida estará sempre permeável de eventuais perturbações.